O último trimestre do ano é aquele momento de correr atrás de mais resultados, das vendas que patinaram e, ao mesmo tempo, começar a pensar no futuro de curto, médio e longo prazo. O Planejamento Estratégico é essencial, já que mexe com a organização e exige dedicação e foco.

Em linhas gerais, o objetivo do Planejamento Estratégico é definir bem o foco de atuação à luz da proposta de valor, do posicionamento da empresa e de uma visão de longo prazo, ainda que deva indicar os caminhos dos próximos exercícios fiscais. Ou, ao menos, do próximo ano.

Esse também é um bom aspecto para refletir: qual a abrangência do seu planejamento? Um, dois, três anos? É sempre importante ter uma visão de longo prazo. Porém, o mais importante é ter uma visão precisa, analítica, estratégica e tática do próximo ano.  Tudo isso, porém, dependerá também da natureza da organização. Para uma operadora de concessões rodoviárias, por exemplo, é fácil enxergar suas operações ao longo de 10 anos. E, provavelmente, há pouco valor em planejamento muito curtos (um ano, por exemplo).

Na outra ponta, em uma empresa de SaaS (software como serviço), com novos produtos para encarar o mercado, um planejamento de 5 anos pode ser um exercício de futurologia com, igualmente, pouco valor. A dica, portanto, é planejar até onde o que você está fazendo é planejamento — e não chutômetro ou desejo. A parte do desejo, da visão futura — claro! —  não é descartável, uma vez que também é importante para construir um objetivo de longo prazo, que ficaria justamente no âmbito da visão empresarial.

O planejamento de um, dois ou três anos deve considerar questões como priorização de oportunidades, sejam de vendas ou melhorias operacionais, assim como metas financeiras e não-financeiras e estratégias para atingir esses gols em suas diversas dimensões — financeiro, pessoas, processos, estrutura e produtos, por exemplo. E, ainda, uma análise, validação ou redesenho do seu posicionamento diante do mercado e da concorrência.

Por que se dedicar ao planejamento estratégico?

Como comentamos, o planejamento estratégico é uma espécie de bússola que vai nortear a atuação empresarial. Um processo bem-feito de planejamento capacita a organização a refletir sobre suas vulnerabilidades e fortalezas, potencializando performance e resultados — além de mitigar riscos.

Alguns benefícios de um Planejamento Estratégico:

  • Conhecer melhor a empresa, seus processos, seus recursos, oportunidades de melhoria, possibilidades de ganhos e gaps que precisam ser trabalhados;
  • Clarificar as perspectivas da empresa: potencial de vendas, visão financeira e econômica de longo prazo, por exemplo;
  • Informação organizada e transparente para a tomada de decisão;
  • Melhor alinhamento entre investidores, diretoria e gerência quanto aos objetivos empresariais, metas e o que precisa ser feito;
  • Criar um “mapa da mina”. Seja com objetivos mais desafiadores ou metas mais pé no chão, no fim do planejamento a organização tem uma visão clara da jornada a perseguir.

A metodologia de planejamento estratégico

Idealmente, o planejamento estratégico é um exercício de colaboração. Existem inúmeros modelos, métodos e abordagem para executar esse processo, tais como:

Matriz BCG: abordagem que consiste na classificação linhas de produtos e serviços, analisando potência de mercado e participações de vendas, para auxiliar na decisão sobre investimentos e estratégias por linha de negócio, serviços ou produtos;

Matriz Ansoff: método que ajuda a determinar oportunidades de crescimento de mercado em linhas existentes de produtos — ou novas que possam ser estruturadas;

5 Forças Competitivas de Porter: modelo de análise de competitividade diante da concorrência para auxiliar a identificação de ações e estratégias futuras;

Balanced Scorecard (BSC): ferramenta que traduz o Plano Estratégico em ações e metas para aferir sua execução;

Star Model: metodologia em que são avaliadas 5 dimensões da visão empresarial – estratégia, processos, estrutura, pessoas e compensações;

OKR: Objectives and Key Results é outra metodologia que fatia os objetivos e metas em cascata na organização para acompanhamento anual e mensal de sua execução.

Há muitos instrumentos para ajudar a empresa fazer essa reflexão estratégica. Seja lá qual for sua cultura e preferência em termos de ferramental, podemos definir que o caminho central de um bom planejamento estratégico é responder a essas perguntas:

  • onde a empresa está em relação a concorrentes e clientes?
  • aonde ela quer chegar em 5 anos e no próximo ano?
  • o que é preciso para chegar lá, começando pelo próximo ano?

A única coisa que a empresa não pode permitir é que altos executivos e média gerência pensem em iniciar um novo ano às cegas. Enxergar a situação atual e o norte que a empresa deseja é fundamental, especialmente num momento de grandes incertezas como o que vivemos hoje. E, depois disso, “execution”, como dizem por lá. Acompanhar planos de ação, metas, números. Existem, porém, ferramentas facilitam a vida nesse sentido — e um bom ERP (Enterprise Resource Planning) é uma delas.

A importância de um ERP para o Planejamento Estratégico

Grosso modo, pode-se dizer que só é possível controlar aquilo que pode ser monitorado — e medido. O primeiro passo, portanto, é planejar. Em seguida, é necessário estabelecer metas e, em terceiro lugar, definir onde entra o ERP. Afinal, é essencial contar com dados confiáveis para mensurar e avaliar indicadores de desempenho como resultados, margem, giro, índice de inadimplência, custos e distribuição da carteira de vendas, entre outros.

A etapa de coleta de informações, ressalte-se, é sumamente beneficiada com a utilização de um ERP. E o mesmo vale para a apresentação desses indicadores por meio de ferramentas de BI (Business Intelligence) com gráficos e tabelas (dashboards) para gerências e diretorias, que são os responsáveis pela estratégia e acompanhamento. Em outras palavras, isso significa que é possível obter uma tomada de decisões com mais assertividade e segurança — e, se for o caso, corrigir a rota da organização.